Especialista em efeitos especiais transforma em realidade cenas impossíveis de se filmar.
Nos últimos 15 anos, entre 1998 e 2013, o Diretor Técnico de Efeitos Especiais Sandro Di Segni viveu entre os grandes estúdios de animação e efeitos 3D do Canadá, Ásia e Inglaterra. De volta ao Brasil, Sandro traz na bagagem a experiência de participar de superproduções internacionais como “Homem de Aço”, “Thor – O Mundo Sombrio”, “John Carter- Entre Dois Mundos”, “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” e “Aprendiz de Feiticeiro”, as séries para TV “Star Wars: Guerra dos Clones”, “Dragon Booster”, “Max Steel”, “Hot Wheels” e “Spider Man”, entre outras.
Sandro tem no currículo sete filmes e oito séries de TV realizadas em cinco empresas internacionais. Na Inglaterra, trabalhou na Double Negative, ganhadora do Oscar de Efeito Especial em 2010 pelo filme “A Origem”, e considerada um dos maiores estúdios do mundo responsável, entre outros, pelos filmes: “Thor – O Mundo Sombrio”, “Homem de Aço”, “John Carter- Entre Dois Mundos”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” e seis dos filmes de “Harry Potter”. Di Segni trabalhou no premiado “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”, vencedor do BAFTA Awards 2012 de Melhores Efeitos Visuais.
Na Espanha, integrou a Ilion Animation Studios e participou da criação de “Planeta 51”, o filme mais caro já produzido nos país. Esteve na Lucasfilm, do diretor George Lucas, em Cingapura, onde trabalhou na série para TV: “Star Wars: A Guerra dos Clones”. No Canadá, trabalhou na Nerd Corps Entertainment, empresa criadora das séries de TV “Storm Hawks” e “Dragon Booster”, e na Mainframe Entertaintment, considerada na época, início dos anos 2000, a maior produtora de televisão do país, criadora das séries para TV “Spider-Man”, “Hot Wheels”, “Max Steel”, “Action Man”, “Beast Machines” e “Transformers”.
Para Sandro, o retorno ao Brasil tem o objetivo e o desafio de implantar métodos de trabalho que permitam ao país produzir filmes com efeitos especiais na mesma qualidade e quantidade que os realizados internacionalmente.
Ainda em 2013, Sandro, que viveu quatro anos em Londres, finalizou na empresa de efeitos visuais Double Negative o trabalho de efeitos especiais de “Thor- O Mundo Sombrio”, filme inédito com estréia prevista no Brasil para o dia 8 de novembro. O diretor de efeitos especiais também participou da concepção das cenas de destruição da nova versão do Superman, “Homem de Aço”, que estará nos cinemas brasileiros a partir de 12 de julho.
Sandro cria no computador os ambientes mágicos e acontecimentos impossíveis de se filmar. Em “Aprendiz de Feiticeiro” de 2010, Sandro usou o programa Houdini para produzir vários momentos no filme. ”A cena onde a água sai toda do laboratório foi a mais difícil que já havia feito até então”, conta. ”Trabalhei neste efeito durante seis meses: a água sai de um ambiente e leva com ela um monte de objetos. A água em si já é bastante difícil, mas ainda teria de sair de uma maneira natural e arrastar latas, vassouras, panos, pedaços de papel”.
Para “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”, de 2011, Sandro passou muito tempo observando cachoeiras reais para realizar os efeitos da sequência que se passa abaixo de Gringots, nas cavernas com o dragão. O diretor também trabalhou com explosões e simulações de corpos rígidos para fazer com que a estrutura da ponte se rompesse na cena em que os vilões morrem. Foram 12 meses dedicados a esse filme.
Em “John Carter – Entre dois Mundos”, de 2012, o volume de trabalho foi tão intenso que foram necessários três times de profissionais empenhados simultaneamente em diferentes sequências. ”Às vezes uma cena de 10 segundos pode envolver ao mesmo tempo vários departamentos e profissionais e levar mais de seis meses para ser finalizado”, conta.
Na TV, Sandro também realizou importantes séries. Trabalhou como diretor de efeitos especiais na animação infanto-juvenil “Star Wars – Guerra dos Clones”, de 2008. Nessa época, mudou-se de Vancouver para Cingapura para implantar a produtora Lucasfilm na Ásia. Sobre este período, Sandro explica: ”Meu trabalho ia além da criação.
Também montava os ‘breakdowns’ estabelecendo o custo das cenas e decidindo quanto tempo seria gasto com cada uma delas”. As séries : “Max Steel”, de 2001, “Hot Wheels”, de 2003 e “Spider Man”, de 2003 também fazem parte do portfólio
Desenhos e computadores interessam Sandro Di Segni desde a infância: “O primeiro marco da minha carreira foi em 1993 quando vi o filme Jurassic Park feito pela Lucasfilm (empresa onde anos depois viria a trabalhar). Achei inacreditável ver os dinossauros tão reais na tela do cinema e decidi que gostaria muito de trabalhar com esse tipo de fantasia, trazendo a mesma para a tela do cinema e televisão”. Em sua primeira graduação, cursou Ciências da Computação. Depois de um ano e meio, decidiu que precisava de algo mais artístico e se inscreveu num curso de Propaganda e Marketing. Acabou optando por cursar apenas Propaganda, mas abandonou a faculdade, vendeu suas coisas e viajou para o Canadá, aos 22 anos.
Sandro estudou na melhor escola em computação gráfica, a Vancouver Film School (VFS). Na época, não existiam cursos deste tipo no Brasil. “Já na escola me apaixonei mais ainda por esta carreira”, afirma. “Tive aulas de arte, cinema, escultura, computação e palestras com profissionais incríveis de cinema e televisão”.Para conseguir seu primeiro emprego no Canadá, Sandro colocou a mão-na-massa: “Fiz um desenho animado 3D com uma história de um mágico desastrado e mandei para cerca de 20 empresas. Um mês depois, consegui um trabalho na Mainframe Entertainment. A empresa era a maior de séries animadas no mundo. Eles haviam feito a primeira série animada de TV, “Reboot”. Passei quatro anos trabalhando em várias produções”.
“Todos os dias aprendo e vejo coisas novas que preciso me atualizar e descobrir como fazer”, afirma sobre os novos efeitos especiais e desafios diários. “Hoje em dia temos softwares maravilhosos para tudo. A variedade é incrível. Eu, particularmente, gosto muito do Houdini. Já usei muito Maya, Softimage Xsi, um pouco de 3D Max, mas acredito que o Houdini hoje tenha ferramentas melhores para lidar com efeitos”.
Double Negative – Inglaterra (2009 – 2013)
Ilion Animation Studios- Espanha (2009 – 2009)
Lucasfilm- Estados Unidos e Cingapura(2006 – 2008)
Nerd Corps Entertainment- Canadá (2003 – 2006)
Mainframe Entertaintment- Canadá (1999 – 2003)